A consubstancialidade
da arte
O
fenômeno, ou milagre, da consubstancialidade reside em “dois serem um”. Este
conceito é bastante usado no discurso cristão, quando se diz que Cristo é homem
e Deus ao mesmo tempo. No entanto, isso pode acontecer – e acontece – nas
artes, principalmente nas artes plásticas. Podemos perceber este fenômeno numa
pintura, desenho ou escultura quando ele nos remete a outro artefato artístico,
muitas vezes de matriz diferente. É o que acontece com o trabalho da artista
plástica baiana Sayonara Brasil. Radicada na Paraíba há quase 30 anos, por meio
de suas telas já representou o Brasil em mais de uma dezena de países,
premiando a cidade de João Pessoa com sua mais nova exposição: “Ver-te”. As
obras desta exposição mesclam elementos de duas Vanguardas Europeias:
Expressionismo e Surrealismo. A primeira pode ser percebida nas obras que
tratam a natureza carregada de sentimento e subjetividade. Todavia, não
percebemos a agonia e as mazelas do ser humano, características fortes nas
obras desta corrente representada por Edvard Munch, Modigliani, Kandinsky
e Van Gogh. Pelo contrário, as
pinceladas de Sayonara e as cores que usa revelam o sentimentalismo por meio
das cores e da abstração da natureza. A segunda (surrealismo) concentra-se nas obras
“Ver-te” – que dá nome à exposição – e na tela “A margem”.
Nestas
duas obras a artista esconde mais que revela, pois coloca em primeiro plano as
sensações e suposições. Na tela “Ver-te”, percebemos um cenário envolto pelas
brumas do mistério, tal qual o nevoeiro de Boston e o cenário nos contos de
Edgar Allan Poe. Aqui mora a consubstancialidade, nesse diálogo entre pintura e
literatura. Assim como na obra “A margem”, que sugere bem mais do que revela.
Nela, as margens existem, porém não são tão bem delimitadas quanto se pensa, a
tela sugere um jogo entre homem e animal, que pode-se perceber na sugestão da
silhueta de três pessoas que juntas formam a de um animal. Este jogo, em muito
lembrou Vidas Secas, quando um papagaio fala mais que Fabiano, seu dono. “A
margem”, assim como Vidas Secas, nos faz perceber que as margens entre a
humanidade e a animalidade é mais uma
“margem” frágil do que uma determinante absoluta.
Nesses
termos a consubstancialidade se coloca nas obras de Sayonara. Contudo, esta é
apenas uma das maneiras como ela pode se manifestar, porque o poético nisso é
que a outra ponta deste laço muda abruptamente conforme o apreciador. Para mim,
esse fenômeno deu-se por meio da literatura, para outro pode se manifestar por
meio da música ou até mesmo pela referenciação em outras pinturas dantes
vistas. A artista, com o seu ato criador, sensivelmente deixa no Outro a tarefa
de concluir sua obra dentro de si pelas suas próprias significações. Sayonara é
uma bela aparição no cenário artístico brasileiro que é tão cruel com seus
pintores, ela desponta primeiramente no Mundo, para então voltar à sua
“aldeia”. Apreciemos o trabalho magnífico dessa nossa artista.
Prof. Dr. Francisco Leandro de Assis Neto
Doutor em Literatura e Interculturalidade pela
Universidade Estadual da Paraíba.
RELEASE
Duas
Exposições simultâneas da Artista Plástica Sayonara Brasil. Uma Individual na
Cidade de João Pessoa com a Curadoria da Artista Plástica Lúcia França. Outra
Coletiva na Cidade de Vienna – Áustria. Representando duas Organizações
Internacionais: O Festival 6 Continente com Sede na Cidade do Porto – Portugal,
cujo Mentor é o Promotor Cultural Filipe
Larsen e a Artcom Expo
Internacional of Artists com sede na
Noruega.
Título da Exposição: VER-TE
Local:
Exposição Centro Cultural Mangabeira Tenente Lucena.
Av.
Josefa Taveira, 1777 – Mangabeira – João Pessoa.
Exposição
de pinturas com sete trabalhos em dimensões e temas variados. A maior Tela tem as dimensões: 1.50 X 1.50 cm.
Técnica Mista. Título: A Margem. Ano:
2018. Realizado também no mês de maio de 2018 a Tela com o Título: Cheia de
Graça intensa bela de nossa fauna.
*Sobre o
Festival e o Mentor do Festival 6 Continentes - O Festival
Filipe Larsen é um músico, um performer que não consegue
distanciar-se do outro lado da música, ou seja, a realização e produção dos
próprios eventos. Enquanto músico participou em inúmeros espetáculos e
gravações com nomes de reconhecido valor da nossa música tais como Ana Moura,
Rui Veloso, Mariza, Jorge Palma, Sérgio Godinho, Ciganos D'Ouro, Pólo Norte,
Lara Li, Fernando Girão e conviveu com nomes como John Beasley, Prince, Dennis
Chambers, Jim Beard, Dave Weckl e John Patitucci.
O Festival ter
características como estas:
Realiza-se mundialmente;
Realiza-se em dezenas de
localidades;
Realiza-se parcialmente em
simultâneo, num único fim-de-semana do ano;
Envolve todas as áreas
culturais;
Dependência muito reduzida
de patrocínios, apoios institucionais e de artistas de renome;
Abre os seus braços tanto
a participantes amadores (que cumpram requisitos mínimos de qualidade) como as
profissionais de renome;
Incentiva os artistas a
dinamizar, com ou sem produtores e promotores, os seus próprios eventos
participantes no Festival;
Espírito de grande
democracia na medida em que em todos os locais participantes há vozes ativas na
seleção dos espaços e artistas intervenientes;
O Festival 6 Continentes
permite a promotores e produtores locais organizarem e gerirem os eventos
locais participantes desde que cumpram as suas diretivas e filosofia;
Permite participações de
outros festivais no Festival;
Cria intercâmbios
culturais entre os diversos intervenientes ao nível global;
Edição de um livro sobre
cada edição do Festival (o livro sobre 2014 estará editado em setembro de
2015).
Não há a pretensão de que
cada característica seja original, mas algumas são, sobretudo conjugadas entre
si.
Tenho neste momento uma
pequena equipa de pessoas que colaboram sem pensarem na parte financeira à frente
da Cultura. Delas, a mais importante é a minha cara-metade, Lisete Larsen, que
é sem dúvida o meu braço direito no Festival 6 Continentes. Seguidamente, conto
com colaboradores ao nível da comunicação e marketing, coordenadores
continentais, designer gráfico, e assistentes administrativos (as). Estou a
falar neste momento de uma equipa de 11 pessoas. Para a maioria delas, O
Festival nesta fase só lhe toma algumas horas semanais. Para 2 delas (adivinhem
quais), entre as 7 e as 14h diárias.
O Festival vive muito de
um dos seus conceitos chave: criação de uma rede de representantes locais a
nível mundial. Estou nesse sentido a selecionar representantes ao nível das
localidades, países e continentes. Os representantes locais têm autonomia de
seleção de local do(s) evento(s), artistas participantes e a gestão das
receitas e despesas locais. Os patrocínios locais também são para os seus
eventos locais. É essa a forma alternativa para poder realizar um Festival
mundial sem tem um mega orçamento e uma equipa gigantesca.
Complementarmente ao
acompanhamento à distância que é efetuado a nível "central" é seguida
globalmente a filosofia do Festival e há também um elo comum ao nível da
imagem.
Contato Sayonara: 9 82116416
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